21 de out. de 2013

um dia falarei melhor sobre a alta demanda.

essa é minha última semana de licença maternidade.
já entrei em depressão só de imaginar o caos que se instalará na minha casa até o fim do ano letivo.
tem sido bem difícil assimilar tudo. eu não sou uma pessoa de fazer várias coisas ao mesmo tempo, eu não sei lidar com a pressão - muito menos a que eu coloco em mim mesma.
não estou nada otimista com o retorno à sala de aula. fico aflita pensando que meu único turno de "folga" (quando o moisa estava aqui pra me ajudar) eu estarei mergulhada em outras obrigações. obrigações estas que trarei pra casa, ocupando os resquícios de brechas que minha rotina de full time mom domina. e eu digo resquícios MESMO. o tempinho que sobra pra comer e fazer xixi sem um bebê clamando minha presença. sim, porque há os dias em que almoço em três garfadas enquanto ele chora do meu lado.

quem conheceu autran se encantou com a calma e simpatia dele.
ele realmente é um bebê ótimo, risonho, comunicativo. não estranha colo, nem pessoas, nem ambientes. sua vida social acontece desde que ele tem 7 dias de vida. jamais poderia classificá-lo como um "bebê difícil".
mas ele é.
desconfio seriamente que autran é o que chamam de bebê high need. não é doença, não tem diagnóstico clínico. é um traço de sua personalidade e a gente descobre isso apenas observando. tem cura? não. o que fazer então? amar, como se faz com qualquer outro filho.

por isso andei pesquisando sobre como é viver com um bebê enérgico, exigente e drenador.
eles precisam ser atendidos, compreendidos e servidos de forma devida, como merecem e como pedem. não é culpa deles. nem nossa. seus sistemas, seus corpos pedem mais. e temos que dar mais. não atendê-los seria como dar nada àqueles que pedem pouco.
a única coisa que diferencia o autran de outros bebês high need que vi em vários depoimentos é o padrão de sono noturno. autran dorme bem à noite. desde que completou 2 meses, raramente acorda de madrugada. ele desmaia perto da meia-noite e só acorda por volta da 7 ou 8 da manhã. no entanto, ele só dorme sendo embalado, enquanto mama.
e TODAS as sonecas efetivas (que duram mais que 10 minutos) durante o dia são no colo.

diante desse panorama, não tem como manter a calma e pensar que tudo será tranquilo.
meu único foco agora é manter meu bebê alimentado, limpo e não-chorando. só com isso eu já fico esgotada quando ele dorme pra valer (o que me impossibilita fazer algo de madrugada que não seja dormir). há dias em que me sinto fraca. eu, desse tamanho todo, comendo igual um pedreiro, me sinto fraca.

nesse ritmo, não tive tempo para sentar e escrever textos que já estão prontos na minha cabeça sobre umas reportagens duvidosas de cama compartilhada, sobre o quarto do autran, sobre as atividades montessorianas que iniciei, sobre uma calça que estampei usando a técnica de stencil, sobre suas novas descobertas, sobre as alegrias, sobre o desespero dos saltos e picos de crescimento.
não há tempo, não há disposição.

imagine quando eu tiver outras obrigações de verdade.
nada animador.