depois, toda a decepção porque, afinal, ela é feminista, doutora em filosofia, colunista e escritora.
pouca gente, de fato, estava ali pelo senhor mineiro. o outro escritor. com aquele olhar doce, atento, cabelos brancos e a sacolinha de mercado cheio de livros que ele mesmo vendia, a preços módicos. posso dizer que roubou todo o "brilho" da outra.
ele apenas se levantou e falou durante aproximadamente uma hora a respeito da sua vida, seu estado, seus livros. quase o aplaudi de pé. o sotaque mineiro, o humor afiado, a juventude destemida, o sorriso de orgulho quando falava sobre suas "novilhas".
por mim, mandava o resto embora e deixava ele ali, contando cada historinha da sua existência, até aquelas banais, do pão que esfarelou demais no café da manhã.
se é uma delícia de ouvir, imagina de ler?
não comprei os livros que ele oferecia (nem tinha levado carteira), não tirei fotos (estava muito mulambenta), não tietei (tenho vergonha), mas ele ganhou um espaço no meu blog. e um futuro espaço na minha estante.