no relógio, batia 16h25.
tinha um compromisso às 16h30 e tinha acabado de perceber que a blusa que eu havia separado pra vestir estava suja. tinha pego a blusa na montanha-nível-everest de roupa limpa-ainda-sem-passar. joguei em cima da tábua de passar e fui cuidar da vida. "antes de sair eu passo, assim não amassa e nem suja", pensei eu. enquanto passava ferro numas das poucas blusas decentes da minha categoria ~para amamentar~, percebi uma sujeirinha. e não era qualquer sujeirinha: era merda de passarinho.
uma parte do varal fica bem embaixo de um ninho que pardais fizeram no telhado da minha casa. sempre esqueço disso e tenho surpresas desse tipo.
jogo a blusa de volta pro cesto e pego outra, ainda da categoria ~para amamentar~, mas das que também fazem parte da categoria ~só uso quando não tem mais nenhuma limpa~.
era 16h27 e eu mandei um audio no whatsapp avisando do ocorrido e que ia atrasar uns minutinhos.
pus autran no carro e parti.
no caminho, sentia uma sensação de "dever cumprido" do dia.
havia feito tudo que tinha planejado antes de me levantar: lavar o cabelo, fazer o trabalho de linguística de uma forma decente.
(vejam como minhas expectativas andam baixas)
ir para a reunião das 16h30 sem estar vergonhosamente atrasada também era uma mini-vitória, apesar de eu ter planejado dar banho no autran antes de sair e montar uma bolsa digna.
como ele foi especialmente demandante enquanto eu me afogava pra achar exemplos textuais de ~heterogeneidade tipológica~, terminei o trabalho em cima da hora.
o jeito foi dar um banho de gato com paninho molhado na água com cravo, por uma roupa limpa, chinelo limpo, perfuminho pra enganar, pegar uma bolsa qualquer e jogar lá fralda, paninho, uma banana e o copinho de água.
fim da reunião. esqueço de fazer a inscrição pra uma prova que tenho que fazer. ainda assim, chego em casa 10 minutos antes de ter que sair para pegar o ônibus e partir pra faculdade.
cheguei agora, às 23h50.
autran já dorme. luana já dorme.
nesses dias corridos assim, que é tudo atropelado, afobado, afetado, quando chega a paz, eu sinto um vazio.
encher as horas de repente é ruim.
esvaziar é pior ainda.
5 de set. de 2014
3 de ago. de 2014
365 dias de autran.
com alguns dias de atraso, venho comemorar publicamente o aniversário do meu filho.
autran fez um ano, no último dia 26.

e que delícia de um ano!
acho que nunca havia passado por um processo de mudança tão grande quanto o do último ano. acho que nem com a luana foi assim. autran chegou me mostrando que bebê bom não é sinônimo de bebê quieto, que existe uma coisa no mundo chamada "bebê high need" e que eu fui agraciada com um. autran me mostrou todo um mundo paralelo chamado maternidade ativa, e que mergulhar nele uma vez é nunca mais sair.
autran me mostrou o mundo das fraldas de pano, do sling, da amamentação prolongada, da criação com apego, do BLW, de montessori... tantas certezas absolutas caíram por terra, me mostrando que nunca é tarde para mudar. que informação pode salvar vidas.
nesse ano, decidi não fazer festa.
por meses fiquei debatendo comigo mesma, pensando nos prós e contras. conversando com pessoas que adoram a ideia, com pessoas que nem tanto. cheguei a seguinte conclusão de que o primeiro ano do bebê deve ser comemorado sim, deve ser lembrado, registrado, dado sua devida importância. tudo isso, da forma que a família entender. se for um jantar para parentes e amigos próximos, uma saída para um restaurante, um pizzaria, um passeio, uma festa de buffet. tanto faz. o primeiro ano é para a família comemorar os turbulentos e intensos 12 meses.
acredito que depois dos dois anos o bebê entende bem o conceito de festa, o objetivo e finalidade.
sendo assim, resolvi fazer uma coisa bem simbólica e minha.
com uma receita de bolo de cenoura natureba nas mãos, fiz pequenos cupcakes e deixei o autran devorar da única forma que tem devorado tudo o que lhe é posto na frente: com as mãos. foram fotos deliciosas, tiradas com meu celular mesmo.
uma receita feita pelas minhas mãos, na tranquilidade do nosso lar, num momento íntimo e acolhedor.
e foi lindo, pra mim. que estou há um ano sem dormir uma noite toda, que estou há um ano lendo e aprendendo incansavelmente, que estou há um ano procurando sempre melhorar em alguma coisa.

cada filho que chega, a gente descobre uma lacuna, a qual não sabia que existia e precisa ser preenchida.
parece que nunca mais vamos conseguir viver sem ser imersa num amor que nem sei da onde surge. e nos perguntamos como conseguimos chegar até ali sem ter isso antes.
ter um filho e mágico, transformador.
ter um filho fazendo um ano é de uma sensação de que a qualquer momento vou explodir de encanto.




autran fez um ano, no último dia 26.

e que delícia de um ano!
acho que nunca havia passado por um processo de mudança tão grande quanto o do último ano. acho que nem com a luana foi assim. autran chegou me mostrando que bebê bom não é sinônimo de bebê quieto, que existe uma coisa no mundo chamada "bebê high need" e que eu fui agraciada com um. autran me mostrou todo um mundo paralelo chamado maternidade ativa, e que mergulhar nele uma vez é nunca mais sair.
autran me mostrou o mundo das fraldas de pano, do sling, da amamentação prolongada, da criação com apego, do BLW, de montessori... tantas certezas absolutas caíram por terra, me mostrando que nunca é tarde para mudar. que informação pode salvar vidas.
nesse ano, decidi não fazer festa.
por meses fiquei debatendo comigo mesma, pensando nos prós e contras. conversando com pessoas que adoram a ideia, com pessoas que nem tanto. cheguei a seguinte conclusão de que o primeiro ano do bebê deve ser comemorado sim, deve ser lembrado, registrado, dado sua devida importância. tudo isso, da forma que a família entender. se for um jantar para parentes e amigos próximos, uma saída para um restaurante, um pizzaria, um passeio, uma festa de buffet. tanto faz. o primeiro ano é para a família comemorar os turbulentos e intensos 12 meses.
acredito que depois dos dois anos o bebê entende bem o conceito de festa, o objetivo e finalidade.
sendo assim, resolvi fazer uma coisa bem simbólica e minha.
com uma receita de bolo de cenoura natureba nas mãos, fiz pequenos cupcakes e deixei o autran devorar da única forma que tem devorado tudo o que lhe é posto na frente: com as mãos. foram fotos deliciosas, tiradas com meu celular mesmo.
uma receita feita pelas minhas mãos, na tranquilidade do nosso lar, num momento íntimo e acolhedor.
e foi lindo, pra mim. que estou há um ano sem dormir uma noite toda, que estou há um ano lendo e aprendendo incansavelmente, que estou há um ano procurando sempre melhorar em alguma coisa.

cada filho que chega, a gente descobre uma lacuna, a qual não sabia que existia e precisa ser preenchida.
parece que nunca mais vamos conseguir viver sem ser imersa num amor que nem sei da onde surge. e nos perguntamos como conseguimos chegar até ali sem ter isso antes.
ter um filho e mágico, transformador.
ter um filho fazendo um ano é de uma sensação de que a qualquer momento vou explodir de encanto.












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autran
30 de jul. de 2014
fraldas de pano modernas - as perguntas que eu mais ouço (parte final)
a última parte não será em forma de questões.
as dúvidas mais frequentes já foram postas. o que vem agora são algumas observações.
» autran usou a primeira fralda de pano com menos de um mês de vida. vazou tudo no primeiro minuto.
levei um tempinho pra me acertar com os ajustes. tinha medo de apertar demais, de machucar. mas depois percebi que tem que ser bem ajustada, ficar bem grudadas ao corpo.
ou seja: não desanime com as primeiras vazadas!
pesquise, converse com quem usa, veja videos, fotos de bebês usando. tudo ajuda, principalmente a persistência.
» comprei duas fraldas enquanto estava grávida para testar. quando vi a maravilha que era, fui comprando aos poucos. então, o autran não foi 100% fralda de pano desde o início. alternei com descartável até, mais ou menos, o quarto mês. que foi quando meu estoque atingiu um número seguro de fraldas. ainda mantenho um pacote de descartável reserva pra quando chove demais, pra quando alguma coisa acontece e há mais fraldas sujas que limpas, etc. porém ele costumar durar meses. cheguei a doar descartáveis M pq o autran não usou.
» quem usa fralda de pano sabe, mas é um fato desconhecido pra quem não: o uso de pomadas pra assadura é proibido. a gordura gruda nas fibras, deixando-as impermeáveis. pomada é difícil de tirar e pode danificar o tecido.
e daí vem a pergunta: mas e quando assa?
o primeiro lance é que raramente vai assar. os tecidos permitem que a pele respire, a sensação sempre seca não deixa o xixi em contato com a pele e não há química em constante contato com a pele sensível.
no entanto, se assar, existe um pozinho mágico chamado "amido de milho", também conhecido como "maizena".
em um ano de fraldas de pano, autran nunca assou.
» aqui em casa eu não tenho trocador. não tive com a luana e não vi necessidade de ter com o autran. isso é escolha pessoal. moro numa casa de dois andares, no andar de baixo (onde passamos a maior parte do tempo), troco fraldas em cima do sofá ou em cima de uma mesa sem uso definido. no andar de cima, troco em cima da cama. as fraldas ficam no andar de baixo, num lugar bem inusitado.
isso menos, a estante da sala
» por esse motivo, não tenho toda aquela parafernália do trocador.

#1 - as fraldas diurnas.
#2 - as fraldas noturnas.
#3 - lencinhos reutilizáveis ➝ são pedacinhos mais ou menos do tamanho de lenços umedecidos descartáveis feitos com uma camiseta velha. o bom é que da pra jogar direto na q-boa que ficam branquinhos e secam super rápido. o ruim é que a vida útil deles é risível (depois de um tempo eles praticamente esfarelam). seu uso é tão versátil quanto o lenço umedecido de pacotinho.
#4 - spray umedecedor ➝ é o que eu uso pra umedecer os lenços. o líquido dentro desse borrifador é trocado com frequência, e é composto apenas de água fervida e uns talinhos de cravo (um antifúngico natural). eu simplesmente borrifo água no paninho ou borrifo diretamente onde será limpo.

um adendo sobre o item #3 e #4: não me adaptei bem ao algodão e preferi usar os paninhos. porém eles não são tão práticos fora de casa. testei os lenços compactos e amei. é uma disquinho de nada que, ao adicionar água, se transforma numa toalhinha ótima pra limpar cocozão. e o melhor de tudo: é biodegradável!
#5 - liners biodegradáveis
#6 - liners reutilizáveis ➝ foi minha tentativa de improvisar. não deu muito certo. não fiz a bordinha das toalhinhas e elas desfiaram loucamente. e lógico, diminuíram de tamanho. hoje uso esses paninhos pra limpar joelho sujo, caqueira de comida, mão imunda e demais cracas.
também tenho um borrifador específico pra acetona, para usar na rua, mas geralmente taco o borrifador grande na bolsa mesmo.
» fralda de pano é muito mais volumosa, então não se assuste do bebê ter que usar um número maior da roupa recomendada pra idade dele. e aquele volume não fará mal ao desenvolvimento da bacia e perninhas dele, fique tranquila.
---
eu entendo e respeito que fralda de pano não é pra qualquer um. elas se ajustaram ao meu estilo de vida e me trouxeram inúmeros benefícios. cada família é livre para fazer suas escolhas, eu apenas divulgo as minhas e mostro que não é um bicho de sete cabeças, não sou escava do tanque e não me toma o tempo que imaginam (acho mais porre lavar tênis e pano de prato que lavar fraldas).
sobre as fraldas de pano - e qualquer outro assunto nessa vida - é interessante ler sobre o assunto, entender seu funcionamento e apresentar para quem demonstra interesse.
para qualquer outra dúvida que surgir ou se de repente fralda de pano pareceu irresistível, é só me escrever ^^
e agora, fiquem aí com essa delícia chamada: autran hahahha






(parte II)
as dúvidas mais frequentes já foram postas. o que vem agora são algumas observações.
» autran usou a primeira fralda de pano com menos de um mês de vida. vazou tudo no primeiro minuto.
levei um tempinho pra me acertar com os ajustes. tinha medo de apertar demais, de machucar. mas depois percebi que tem que ser bem ajustada, ficar bem grudadas ao corpo.
ou seja: não desanime com as primeiras vazadas!
pesquise, converse com quem usa, veja videos, fotos de bebês usando. tudo ajuda, principalmente a persistência.
» comprei duas fraldas enquanto estava grávida para testar. quando vi a maravilha que era, fui comprando aos poucos. então, o autran não foi 100% fralda de pano desde o início. alternei com descartável até, mais ou menos, o quarto mês. que foi quando meu estoque atingiu um número seguro de fraldas. ainda mantenho um pacote de descartável reserva pra quando chove demais, pra quando alguma coisa acontece e há mais fraldas sujas que limpas, etc. porém ele costumar durar meses. cheguei a doar descartáveis M pq o autran não usou.
» quem usa fralda de pano sabe, mas é um fato desconhecido pra quem não: o uso de pomadas pra assadura é proibido. a gordura gruda nas fibras, deixando-as impermeáveis. pomada é difícil de tirar e pode danificar o tecido.
e daí vem a pergunta: mas e quando assa?
o primeiro lance é que raramente vai assar. os tecidos permitem que a pele respire, a sensação sempre seca não deixa o xixi em contato com a pele e não há química em constante contato com a pele sensível.
no entanto, se assar, existe um pozinho mágico chamado "amido de milho", também conhecido como "maizena".
em um ano de fraldas de pano, autran nunca assou.
» aqui em casa eu não tenho trocador. não tive com a luana e não vi necessidade de ter com o autran. isso é escolha pessoal. moro numa casa de dois andares, no andar de baixo (onde passamos a maior parte do tempo), troco fraldas em cima do sofá ou em cima de uma mesa sem uso definido. no andar de cima, troco em cima da cama. as fraldas ficam no andar de baixo, num lugar bem inusitado.

» por esse motivo, não tenho toda aquela parafernália do trocador.

#1 - as fraldas diurnas.
#2 - as fraldas noturnas.
#3 - lencinhos reutilizáveis ➝ são pedacinhos mais ou menos do tamanho de lenços umedecidos descartáveis feitos com uma camiseta velha. o bom é que da pra jogar direto na q-boa que ficam branquinhos e secam super rápido. o ruim é que a vida útil deles é risível (depois de um tempo eles praticamente esfarelam). seu uso é tão versátil quanto o lenço umedecido de pacotinho.
#4 - spray umedecedor ➝ é o que eu uso pra umedecer os lenços. o líquido dentro desse borrifador é trocado com frequência, e é composto apenas de água fervida e uns talinhos de cravo (um antifúngico natural). eu simplesmente borrifo água no paninho ou borrifo diretamente onde será limpo.

um adendo sobre o item #3 e #4: não me adaptei bem ao algodão e preferi usar os paninhos. porém eles não são tão práticos fora de casa. testei os lenços compactos e amei. é uma disquinho de nada que, ao adicionar água, se transforma numa toalhinha ótima pra limpar cocozão. e o melhor de tudo: é biodegradável!
#5 - liners biodegradáveis
#6 - liners reutilizáveis ➝ foi minha tentativa de improvisar. não deu muito certo. não fiz a bordinha das toalhinhas e elas desfiaram loucamente. e lógico, diminuíram de tamanho. hoje uso esses paninhos pra limpar joelho sujo, caqueira de comida, mão imunda e demais cracas.
também tenho um borrifador específico pra acetona, para usar na rua, mas geralmente taco o borrifador grande na bolsa mesmo.
» fralda de pano é muito mais volumosa, então não se assuste do bebê ter que usar um número maior da roupa recomendada pra idade dele. e aquele volume não fará mal ao desenvolvimento da bacia e perninhas dele, fique tranquila.
---
eu entendo e respeito que fralda de pano não é pra qualquer um. elas se ajustaram ao meu estilo de vida e me trouxeram inúmeros benefícios. cada família é livre para fazer suas escolhas, eu apenas divulgo as minhas e mostro que não é um bicho de sete cabeças, não sou escava do tanque e não me toma o tempo que imaginam (acho mais porre lavar tênis e pano de prato que lavar fraldas).
sobre as fraldas de pano - e qualquer outro assunto nessa vida - é interessante ler sobre o assunto, entender seu funcionamento e apresentar para quem demonstra interesse.
para qualquer outra dúvida que surgir ou se de repente fralda de pano pareceu irresistível, é só me escrever ^^
e agora, fiquem aí com essa delícia chamada: autran hahahha









(parte II)
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