18 de ago. de 2013

no quarto 17 - pré-relato de parto.

sempre que me perguntam como foi meu parto, eu respondo: "foi intenso".
simplesmente não consigo pensar em nenhum adjetivo melhor que esse.

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já havia falado um pouco aqui sobre minha escolha de ter um parto natural. mas jamais falei da mini odisseia que foi conseguir ter um. até tentei, mas o post ficou tão grande e tão cheio de digressões que desisti. simplesmente não consigo por numa ordem "cronológica" minhas ideias, como e quando tudo começou.
fato é: eu quis um parto natural. e fui atrás.
corri de médicos, fiz muita cara de alface, chorei muito (durante o banho, no colo do moisa, nos grupos do facebook) e li. li muito. li tudo sobre parto, sobre fisiologia do parto, matérias, estudos, artigos, até aulas cheias de termos médicos. li relatos, discussões... tudo que eu tinha era determinação e informação.
pra mim, era o suficiente.

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comecei o pré-natal na cidade onde moro.
havia decidido a fazer o parto em outra cidade, maior e mais conhecida por mim. portanto, naquele momento, não me importava muito com as consultas-relâmpago que seguiam o script vê exames, pesa, mede pressão, tá tudo ótimo, até mês que vem. não duravam nem 10 minutos.
senti a necessidade de trocar de médico quando, num momento inédito de diálogo, comentei que minha primeira gestação tinha durado mais de 40 semanas. o senhorzinho japonês e sistemático, com fama de parteiro, rebateu com "não precisa esperar tanto assim". se ele, que tinha fama de só fazer parto normal, pensava dessa forma, imagina o resto...
era o sinal. se eu queria mesmo parir, precisava correr.
e fui, de consultório a consultório, de frustração a frustração, até cair na sala quentinha do dr. rudey.

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entre a procura e o achado, contratei uma doula. a minha se chamava renata.
sabia da importância, sabia que sozinha não aguentaria.
precisava de uma referência, de um colo pro mimimi gravídico-ativista, de leituras e de alguém calma e com experiência ao meu lado.
toda grávida precisa, na verdade.
doula não faz só massagem e segura sua mão. ela te guia quando você não acha seu caminho.

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viajei mais de 300 km pra consultas e exames. todo santo mês.

quando a luana entrou de férias escolares (11/07), me instalei na casa dos meus pais sem previsão de retorno. minha DPP (data provável do parto) era dia 21 de julho. mas eu estava careca de saber: pode vir antes, pode vir depois, muito depois. dpp não é data de validade.
e esperei, calmamente. inchada. cansada. exausta. dolorida.
minhas noites eram em claro, com uma dor terrível no quadril e virilha.

o tempo passou, dia 21 passou e nada.
moisa teve que voltar pra casa, pro trabalho. eu e luana ficamos na espera.
chegou a semana mais fria do ano, neve em algumas cidades e eu só pedia pro meu bebê aguardar mais um pouquinho, seria ruim demais ele chegar naquele frio, pra nós dois.

ele foi bonzinho e obedeceu.
mas não por muito tempo.