16 de dez. de 2014

the starts will be your eyes...

no dia 9 de dezembro conversava com minha irmã mais velha pelo whatsapp sobre meu pai.
ela ficou o dia inteiro com ele e me contava como ele estava. ele havia perdido a força nas pernas e estava na cadeira de rodas. ficava boa parte do tempo dormindo, respirando com o auxílio de uma bomba de oxigênio. estava planejando ir vê-lo dia 12 e ficar até o natal. falamos de como seria bom pra ele ver os netos e ficar um tempo comigo (sou a única filha que mora longe).

no dia 10 de dezembro acordei e li minha irmã me contando pelo whatsapp que a ambulância foi buscar meu pai pois ele respirava com muita dificuldade. algumas horas depois, ela me ligou dizendo que a situação era grave. chorei. liguei pra minha chefa e pedi pra ser liberada da semana pedagógica. arrumei minha mala correndo (esqueci mil coisas). arrumei a mala do autran correndo. almocei. levei a luana pra escola e peguei a estrada. cheguei no hospital e vi meu pai sofrendo para respirar. ele me viu, sorriu, me abraçou, tirou a máscara de oxigênio para me beijar. trocamos poucas palavras. ele dormia muito. mix da medicação e defesa do corpo.

no dia 11 de dezembro acordei com minha irmã me ligando. meu pai havia piorado consideravelmente e eu deveria correr pro hospital. autran estava com diarreia, decidi tomar banho e dar banho nele. amamentei. arrumei a bolsa e saí. não achava lugar pra estacionar. quando achei uma vaga longe demais do hospital minha irmã me ligou avisando que meu pai havia ido.

estacionei.
desci.
tirei o autran do carro.
andei rápido com ele no colo. senti minhas panturrilhas queimarem.
deixei autran na recepção com minha irmã caçula e subi as rampas do hospital do câncer de maringá.

meu pai morreu no dia 11 de dezembro de 2014, aos 59 anos, de osteossarcoma cervical.