depois de semanas chorando em cima do computador, primeiro pra determinar um tema, depois pra entender como abordá-lo, depois pra distribuir o conteúdo, depois pra criar o conteúdo, depois enviar pro orientador, depois pra corrigir o que o orientador mandou corrigir e, finalmente, entrar na sala de aula.
a noite anterior foi um tormento.
sono leve, medo de perder a hora, frio na barriga... vai que não dá certo?
mas deu.
era a primeira aula. todo mundo sonolento, ainda acordando. alguns comemorando o fato de ser estagiário dando aula, "porque é mais legal".
conversa vai, conversa vem. garotos dispostos, participativos, piadas sem graça.
quando vi, a aula tinha acabado.
sobrevivi.
achei engraçado sentir todo esse medo, se durante todo o processo eu nunca senti medo de encarar a turma. fui sentir só no dia anterior. e ainda assim achei estranho, pois há dois anos ando enfrentando turmas periodicamente pra aplicar projetos. depois, descobri que o medo era por estar sozinha (os projetos eram em grupos), por estar sendo avaliada, por não poder falar "ah vá se ferrar, tá loco?" se me falassem alguma bobagem.
apesar de alguns erros no cálculo de tempo (sobraram 10 minutos, eu não sabia o que fazer, fui socorrida pela professora regente), o gás pro estágio só começou. o fato de estar tudo pronto e o único trabalho agora é imprimir os materiais me dá uma puta sensação de "dever cumprido". e ele fica maior ainda quando vejo a alegria na cara dos adolescentes remelentos quando acertam as questões das atividades.
cada vez que ouço bater o sinal e tenho que ir embora, eu tenho ainda mais certeza do meu lugar.
e ele não é numa sala de aula de mestrado.
desconfiando seriamente que esse é o motivo de serem queridos comigo
32 semanas e 3 dias.
na maioria das tabelas, o oitavo mês.
já começando a incluir itens bebezudo na compra do mercado. hoje comprei fraldas em promoção, bolas de algodão e fraldas RN.
andei lendo coisas interessantes sobre introdução alimentar. mas, claro, ainda é cedo pra pensar nisso.
é bem empolgante meio que "começar" do zero. os novos conhecimento sobre educação, sobre fisiologia, sobre psiquismo infantil tem ajudado muito. todo um novo modo de criação, de estímulo.
eu cheguei a me lamentar por ter que fazer tudo de novo, visto que a luana já está em uma fase bem definida e bem distante do irmão que vai chegar. ela sequer brinca mais. suas diversões são música, dança, leitura, novelas adolescentes no youtube. ela ainda tem pequenos resquícios infantis, mas a maior parte do tempo eu me vejo com uma moça em casa. é estranho acostumar com isso. mas vejam, agora que eu vi que tenho a oportunidade de fazer diferente, totalmente segura das minhas escolhas, eu agradeço por poder fazer tudo de novo.
é como fazer as pazes comigo mesmo.
a amanda mãe de ontem dando uma chance à amanda mãe de hoje.