jurei que não ia ficar falando disso.
eu meio que peguei um trauma de vestibular por causa dos anos a fio perdidos em cursinhos, fazendo provas pra cursos concorridissimos em uma universidade de alto nível.
eu sou uma pessoa que fez o 1/3 segundo grau em um supletivo, e por mais que meu histórico escolar seja de um colégio particular, foi só camaradagem dos professores em darem uns pontos a mais praquela aluna mediana terminar logo o ensino médio.
daí me deparei com provas horríveis e concorrências de 230 candidatos por vaga.
vamos combinar que eu não sou tão inteligente assim. posso ler bastante, e tal, mas isso não ajuda em nada quando se tem que acertar pelo menos 85% de uma prova de química. sem contar que eu sou daquelas que entra em pânico na hora da prova, da branco, da caganeira, suadouro, tremedeira e tudo mais.
e eu também era novinha, não sei onde estava com a cabeça em insistir num curso que, vendo hoje, não tem nada a ver comigo.
então desisti de tentar.
fui cuidar da minha filha, do marido, da vida em família e da minha sanidade.
confesso que me sentia mal e "atrasada" em ver minhas amigas terminando faculdade, fazendo pós, mestrado etc, enquanto eu não fazia nada.
mas sendo bem sincera, agora, acho que essa pausa foi essencial.
hoje eu tenho 26 e anos, sei muito bem das minhas fraquezas, dificuldades e limitações. sei o que eu quero, gosto e tenho afinidade. estou bem segura, bem decidida e bem diferente de anos atrás, quando vestibular era uma obrigação.
e tudo que vira obrigação perde a graça.
claro que comigo ainda rola muita cobrança, afinal a minha geração foi criada pra se formar, trabalhar e ser bem sucedido. e não pra casar e ter filhos.
mas aí estou eu, novamente indo pra cursinho. essa coisa que me mata o orgulho e a paciência. alguém avisa aos professores de cursinho que eles não são tão engraçados, pls?
aqui em palotina só tem um colégio oferecendo curso pré-vestibular. numa sala de mais ou menos 30 alunos, 99% é molecada que ou acabou de sair do ensino médio ou ainda vai terminar. além de mim, pude identificar só mais uma mulher que não nasceu nos anos 90 (esses dias um professor perguntou se alguém lá já brincou de lego. silêncio mortal. me senti idosa), mulher aliás que - caso eu volte a postar sobre esse assunto - vou chamar de tia efusiva.
sabe aquelas tias efusivas que TEM que comentar alguma coisa sobre tudo? comentários super pertinentes (não) e engraçadissimos (não)? que a sua vontade é virar pra trás de falar um sonoro CALABOCA (sim, porque eu tenho a sorte de sentar na frente dela)?
vai ser um longo semestre.