Mostrando postagens com marcador autran. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador autran. Mostrar todas as postagens

29 de jun. de 2016

de quando deveríamos estar com as compras em dia. ou o curioso apetite do meu filho.

é uma da manhã.
não irei dissertar sobre o sono do autran, até porque esse é um dos motivos desse blog estar às traças - a falta de um sono regular disseminou qualquer resquício de raciocínio além da sobrevivência básica.

é uma da manhã e ele está pulando na cozinha, com seu pijaminha de dinossauros e sua touca de ursinho (objeto de transição do momento). pula e grita: "futas! futas! futas!"
frutas. uma hora dessas.
"mas você já jantou e comeu maçã, filho!"
"futas!"
"tá, o que você quer?"
"banana"
"banana acabou, não tem mais"
"batata!"
"também não tem"
"kiwi"
"acabou"
"abacaxi"
"vish, esse também não tem!"
"tchéwi" (cherry - cereja, que na verdade pra ele é morango)
"meu deus, autran!"
comecei a me sentir relapsa. acabaram todas as frutas e eu nem percebi?

"quer mais maçã? maçã tem"
"tomati"
"ufa, esse tem"

corto um tomate em 8 pedaços, dou pra ele e ele leva pra cama.
é, ele come na cama, antes de dormir.
ao lado, num cantinho, um pedaço de pão de forma integral - que foi o pedido de ontem.

cansada demais pra protestos.
come o tomate na cama.

boa noite, notívago.

16 de nov. de 2015

MANHÊ!

autran completou 2 anos e 3 meses dias atrás. vinte e sete meses de vida.
ele é uma figurinha. ao mesmo tempo que vejo tanto da luana nele, percebo também uns comportamentos tão dele, tão únicos. os mais marcantes são as obsessões.

normal crianças de 2 anos terem obsessões, né (acho).
autran começou com as letras do alfabeto. desde que ele aprendeu a mexer no ipad, ele vai direto no youtube e, de alguma forma, achava vídeos pra crianças em fase de alfabetização. hoje em dia é a coisa mais fácil, visto que no youtube do ipad praticamente só se assiste isso, é a única coisa que aparece na página principal.

depois foi a fase das cores.
depois a fase dos números.
agora estamos na fase das formas geométricas e não tão geométricas.

e ele simplesmente não fica só vendo e revendo videos ensinando as letras, cores, números e formas. ele fica caçando tudo que remete à alguma coisa nesse sentido ao seu redor. andar na rua com ele é um espetáculo. ele aponta pra tudo e fica falando letras que vê, cores que vê, números que vê e as formas que vê.
tipo assim, o tempo todo. não tou brincando, o tempo todo.

em casa, a coisa toma proporções ainda maiores.
ele tem um quebra-cabeça de madeira com as formas coloridas e, adivinhem, é o seu brinquedo favorito no momento (mais que a boneca da elsa).


ele senta no sofá com o tabuleiro no colo e fica pegando pecinha por pecinha e falando "manhê! etchi cãrco (esse circle)" e EXPERIMENTA não responder, experimenta responder sem ligar muito, mexendo no celular... é uma gritaria até você olhar pra ele e dizer "oi filho, ah sim, um circle".
é bonitinho, até ele não deixar você conversar com mais ninguém.

outra coisa que ele faz é carregar as peças pra todo lado.
pra comer, pra mamar, pra tomar banho e até pra dormir.
acordar com um hexágono cutucando suas costas, quem nunca?



os dois anos são famosos pela crise do terrible two.
ao mesmo tempo, uma espiada na fase deliciosa que vem em seguida.



26 de ago. de 2015

a odisséia.

o itinerário era simples: banco e correio.
uma saída rápida, no meio da manhã, pra tarde poder ficar entre colos, just dance e trabalho sobre a situação sociolinguística do paraguai.
pus autran no carro e fomos.

aquela coisa de nunca achar estacionamento e de, quando achar, não ser capaz de fazer a baliza.
apelei pro estacionamento em diagonal e, pro meu azar, era bem em frente ao parquinho que costumo levar o autran aos domingos. droga. ele começou a gritar de felicidade dentro do carro, jogou o bichinho vesgo que ele carrega pra todo canto no chão e quis sai pulando. "não filho, hoje não... mamãe tá com pressa... hoje não dá". peguei ele no colo e atravessei a rua, na direção oposta do parquinho. daí começou a gritaria.
quem já carregou toddler de dois anos gritante e esperniante, em pleno chilique, na rua, sabe do que eu tou falando.

entrei na agência e ele se acalmou. começou a correr pra todo lado, pulando, gritando. mudou da água pro vinho. atualização do sistema e me deixam UM caixa disponível pra saque durante a manhã de um dia útil, claro que a fila era imensa. deixei o menino se divertir.
pegou um envelope de depósito, sentou no chão e começou a rasgar em tiras finas. é ele treinando a coordenação motora fina, que bonitinho. daí pegou outro. e depois outro. no quarto eu já não achava tão bonitinho. juntei o montinho de tiras rasgadas bem fininha e trouxe ele pra perto de mim.
ele voltou a pular e correr.
chegou perto de uma moça que estava pagando contas e simplesmente pegou a carteira dela de cima do apoio no caixa eletrônico. corri.
peguei ele no colo.
era quase a minha vez.

a moça que ajuda o pessoal perdidão lá nos caixas eletrônicos me perguntou se podia passar na minha frente pra imprimir seilaoque-é-rapidinho. "não, não pode. só vou sacar, é mais rápido ainda". porfa.

banco ok. voltamos pro carro. mais gritaria porque viu o parquinho e se lembrou que tava muito muito bravo e lá vem um pouco de choro enquanto eu me dirigia ao correio. mas logo acabou, né. liguei o som e ele começou a dançar, etc.

na agência, ufa, vaga grande bem na frente.
entrei na agência, ufa, só duas pessoas na minha frente.
sentei o autran no banco, mas não, queria continuar correndo, gritando, rindo. todo mundo acha lindo, acha fofo. mas dá 1 segundo de descuido e esse menino ta na porta da agência indo pra rua. alcanço. ele tenta fugir de novo, alcanço. na quinta vez eu fico na porta da agência e não deixo ele sair. ele acha divertido, corre e ri tanto que cai no chão.
me chamam. sento ele no balcão e ele começa a se riscar com a caneta. desenho um relógio no pulso dele. nhó.

ele aperta um botão na máquina da moça e algo começa a imprimir.
ela ri e diz que tem uma filha de dois anos também. ufa, alguém ali me entendia.
autran começa a querer papéis, coisas importantes e acabo dando um grampeador pra ele brincar.

quando estou colocando o troco na carteira, ele atira o grampeador com força no chão.
que se quebra em 4 partes.
desço ele do balcão e começo a catar os pedacinhos do grampeador e quando levanto a cabeça, onde ele está?
na porta da agência.
dou o grampeador quebrado pra moça, peço desculpas e saio correndo.

consigo pegar ele na beira do meio-fio, quase indo pra rua.
coloco ele no carro, ligo o som, ele fica olhando pela janela e "cantando".

e eu pensando que puta mundo injusto e que não entende ABSOLUTAMENTE NADA de crianças quando dizem que criança de dois anos não merece fila preferencial.

2 de ago. de 2015

730 dias de peito.

às 5 da manhã autran acordou aos berros.
andou em direção à geladeira e abriu. sinal de que queria água. dei água, sonolenta. caiu um pouco no chão. ele bebeu bastante, "tadinho, tava com sede", pensei. apesar dele ter ficado a noite toda pendurado no peito.
mas ele continuou chorando. alto, desesperado. acordou pai, irmã, todo mundo de pé me perguntando o que ele tinha. não sei, ele está chorando. moisa assumiu e eu voltei a dormir.

não sei que horas ele veio pro peito. não sei que horas ele acordou de novo.
das 5hr às 9hr foi o tempo que eu dormi gostoso. o resultado foi uma enxaqueca matadora.

deitada no colchão, enquanto ele dançava uma música qualquer, me lembrei de toda a nossa história de amamentação.
então resolvi contar.


autran não mamou logo que nasceu.
ele veio pro meu colo, senti seu quentinho, o cheiro de vérnix, os olhos cerradinhos pela claridade do mundo. depois embrulharam numas cobertinhas e eu coloquei ele no peito. não quis. lambeu, cuspiu. nada daquele sugador ávido que eu esperava. começaram a me apressar pra levá-lo ao berçário, e ele foi.
muito frustrada; "ele não mamou na primeira hora de vida".
insisti em deixar o protocolo das 4 horas de observação de lado. cederam. uma hora depois do nascimento, senão menos, ele estava de volta.
e daí começou a nossa história.

autran chorou a primeira noite inteira.
enfermeiras entravam no quarto perguntando o que ele tinha. ele sugava o peito mas "nada" saía.
eu nunca vi a cor do meu colostro. ele não acertava a pega do seio direito, machucava. fiquei uma manhã inteira no berçário sendo ajudada por uma enfermeira. a pediatra falou pra dar chá com um pouco de açúcar pra ele não desidratar, a copeira me trouxe um copão de chá de erva-doce e dois sachês. peguei o chá pra mim e fui andar com ele pelo hospital. ele continuava chorando.
fomos pra casa.
a pega do seio direito ainda não estava 100%. os bicos começaram a arder.

a descida do leite veio 5 dias depois.

achei que com isso ele iria dormir melhor, chorar menos.
logo veio o primeiro pico de crescimento dele. a primeira crise de choro minha.
o baby blues bateu forte. me sentia sozinha, desamparada. sentia dor e muito cansaço.
peitos ingurgitados, mamilos rachados, frio.
apesar das milhares de leituras, o puerpério é barra pesada pra todo mundo.

passou um mês, dois, e a pega do seio direito ainda era problema.
de repente, ele passou a não querer mais. no cansaço, na preguiça, fui deixando. ordenhava, congelava e a vida continuava. quando percebi, há semanas que estavávamos na amamentação unilateral.
resolvi agir. pesquisa, conversa, leitura... tentei todas as posições possíveis. aos poucos aceitou o peito direito deitado, enquanto dormia. foi quando aprendi a amamentar deitada.
passei a dar o peito direito durante a noite e o esquerdo durante o dia.
depois desse padrão estabelecido, passei a oferecer o peito direito com ele sentadinho de frente. aceitou.
a pega do peito direito só foi ficar tranquila quando ele começou a sentar e procurar sozinho posições confortáveis pra mamar.
por ficar tanto tempo mamando num peito só, senti dor nos mamilos até os 4 meses.

a frequência das mamadas sempre foi muito grande.
essa foi, aliás, a grande surpresa e "dificuldade" pra mim. ter um filho que exigisse tanto de mim, que fosse tão drenador, tão necessitado de contato físico, tão mamador... nunca me passou pela cabeça.
as demandas do autran foram MUITO estressantes no começo.
tão estressantes que eu sentia que ia enlouquecer a qualquer momento. era 24 horas com ele no colo, no peito. vinte quatro horas sim, porque nós dormíamos juntos. cama compartilhada não foi somente uma escolha e uma consequência da criação com apego, foi questão de sobrevivência, de sanidade mental.
tão estressantes que sucumbimos à chupeta por algumas semanas entre o terceiro e o quarto mês. ele usava pra dormir e para viajar. tiramos quando eu saí de férias da faculdade. criar um bebê high need sem chupeta é viver no limite. mas quando a fase da sucção passa e ele cresce, vira uma vitória pessoal comemorada todos os dias.

a livre demanda, que por vezes chamei de livre escravidão.
sentar no sofá com o bebê no peito, ligar o primeiro senhor dos anéis, versão estendida, e ainda estar sentada no sofá com o bebê no peito quando termina o terceiro filme do senhor dos anéis, versão estendida. você apenas se levantou pra fazer xixi e beliscar um lanche. toma banho junto com o bebê, e vai pra cama com ele.
autran mamou, literalmente, o quanto e quando quis desde sempre.
enfiei na cabeça que o sucesso da amamentação seria a livre demanda, e me apeguei a ela.
teve arrependimento, teve horas de pedir "por favor, para de mamar um pouco, me dá um descanso". mas ele nunca deu.

autran nunca teve cólica.
mamou exclusivamente no peito até os 6 meses.
pegou um único resfriado aos 11 meses.

autran hoje tem 2 anos.
ainda mama durante a noite.
ainda dorme mamando.
ainda quer peito depois de cada refeição.
quando ele se sente inseguro, assustado ou cansado, é o peito que ele procura.
ainda hoje, quando ele fica muito tempo sem mamar, vaza um pouco de leite.


não tive uma grande rede de apoio na minha história de amamentação. muitos a consideram de sucesso, inclusive eu. problemas tive, os comuns e esperados. especialmente o cansaço.

porém tive uma grande persistência, uma crença enorme na livre demanda e um desejo imensurável de não repetir erros.
luana não mamou por ignorância e desinformação.
autran chegou e me tirou esse vácuo do peito.






3 de ago. de 2014

365 dias de autran.

com alguns dias de atraso, venho comemorar publicamente o aniversário do meu filho.
autran fez um ano, no último dia 26.


e que delícia de um ano!
acho que nunca havia passado por um processo de mudança tão grande quanto o do último ano. acho que nem com a luana foi assim. autran chegou me mostrando que bebê bom não é sinônimo de bebê quieto, que existe uma coisa no mundo chamada "bebê high need" e que eu fui agraciada com um. autran me mostrou todo um mundo paralelo chamado maternidade ativa, e que mergulhar nele uma vez é nunca mais sair.
autran me mostrou o mundo das fraldas de pano, do sling, da amamentação prolongada, da criação com apego, do BLW, de montessori... tantas certezas absolutas caíram por terra, me mostrando que nunca é tarde para mudar. que informação pode salvar vidas.

nesse ano, decidi não fazer festa.
por meses fiquei debatendo comigo mesma, pensando nos prós e contras. conversando com pessoas que adoram a ideia, com pessoas que nem tanto. cheguei a seguinte conclusão de que o primeiro ano do bebê deve ser comemorado sim, deve ser lembrado, registrado, dado sua devida importância. tudo isso, da forma que a família entender. se for um jantar para parentes e amigos próximos, uma saída para um restaurante, um pizzaria, um passeio, uma festa de buffet. tanto faz. o primeiro ano é para a família comemorar os turbulentos e intensos 12 meses.
acredito que depois dos dois anos o bebê entende bem o conceito de festa, o objetivo e finalidade.

sendo assim, resolvi fazer uma coisa bem simbólica e minha.
com uma receita de bolo de cenoura natureba nas mãos, fiz pequenos cupcakes e deixei o autran devorar da única forma que tem devorado tudo o que lhe é posto na frente: com as mãos. foram fotos deliciosas, tiradas com meu celular mesmo.
uma receita feita pelas minhas mãos, na tranquilidade do nosso lar, num momento íntimo e acolhedor.
e foi lindo, pra mim. que estou há um ano sem dormir uma noite toda, que estou há um ano lendo e aprendendo incansavelmente, que estou há um ano procurando sempre melhorar em alguma coisa.


cada filho que chega, a gente descobre uma lacuna, a qual não sabia que existia e precisa ser preenchida.
parece que nunca mais vamos conseguir viver sem ser imersa num amor que nem sei da onde surge. e nos perguntamos como conseguimos chegar até ali sem ter isso antes.
ter um filho e mágico, transformador.

ter um filho fazendo um ano é de uma sensação de que a qualquer momento vou explodir de encanto.






23 de fev. de 2014

tudo combinando.


tava aqui surtando com a gemeção e falação do autran, num sono dito popularmente "dos anjos", e lembrei que há tempos não bato os pezinhos pra esses lados.
meu amor pelo blog me fazendo digitar de um teclado touch, lance que eu não me acostumei ainda. um salve ao corretor ortográfico, mas esse que sugeter, não o que substituiu sem você pedir.
sim, tenho um celular metido a besta, o que significa muitas fotos desnecessárias m. mas bem, é de fotos desnecessárias que eu vivo.

tipo essa do início do post, só pra lembrar um dia ni futuro como essa belíssima combinação deixou o autran ainda mais apertável. pra lembrar de uma época que autran rolava dormindo, fazendo "air uuuu auauaaa" de olhos fechados. de como ele ainda não dá muita bola pro naninha velho de guerra. lembrar da cama.compartilhada no chão do meu quanto, por motivos de: ar condicionado.

a alguns dias de completar 7 meses, autran ainda é mamador, colero, encanto e magia. já senta sozinho, se arrasta com uma velocidade inacreditável e vejo sinais da angústia da separação.

todo esse novo mundo - e a nova rotina com a mamãe trabalhando e estudando - merecem posts mais dedicados e exclusivos.

o que não vai rolar nesse teclado.

28 de jan. de 2014

rocking my world for the past 6 months.


chegamos ao marco de seis meses de vida!
seis meses de amamentação exclusiva.
seis meses de cama compartilhada.
seis meses de muito apego.

autran é um exímio rolador.
girou pela primeira vez dia 1 de dezembro de 2013. hoje é capaz de atravessar um cômodo rolando.
nessas manobras, já o flagrei lambendo o chão, mascando o fio do ventilador e mordendo um chinelo.
ele levanta o corpinho pra se jogar pra frente, mas o que faz com maior destreza é se arrastar pra trás.
ainda não é firme ao sentar-se. aliás, essa habilidade será complicada. ele não gosta de sentar. prefere ficar em pé, segurando em um apoio, ou deitado de bruços. quando vou colocá-lo sentado, ele esticas as perninhas. só forçando para dobrá-las.

autran adora um colo.
pode ser de quem for, se está no colo, está tudo ótimo.
raramente estranha pessoas. gosta de ser jogado pra cima, de que pulem com ele no colo. deve sentir-se numa montanha-russa.


autran vocaliza duas consoantes: o "d" e o "b".
de vez em quando, é um tal de dididididi e babababa que não tem fim. morro de amor.
adora tomar banho. adora passear no sling. adora seu mordedor rosa.
odeia cobertor e ficar no carrinho.
já tem seu ciclo circadiano definido há bastante tempo.
dorme bem à noite, exceto em fases de pico de crescimento.
sua necessidade de sucção caiu consideravelmente, o que me faz lembrar que há quase dois meses perdemos a "chupeta de emergência" e não compramos outra. autran é 100% chupeta free. yey!

autran já experimentou melancia e maçã, mesmo não tendo dentes.
sua introdução alimentar está sendo inciada pelo método BLW, guiado totalmente pelo próprio bebê com alimentos servidos aos pedaços para comer com as mãos.

continuo não levando-o ao pediatra. e continuo achando que não precisa.
autran é um bebê saudável, que cresce a olho nu. roupas M não servem mais. suas dobras e meus braços afirmam com veemência que ele está ganhando peso.

não sei quanto pesa ou quanto mede. e acho que isso prova meu total desapego às tabelas que fazem mães se desesperarem por seus filhos não se encaixarem em um padrão. cobrando dos pequenos desde tão cedo, sociedade?


até que ele não mudou muita coisa... :)

autran enche nossos dias com risos e choros, com exigências e demandas, com conquistas e paixão.
me é impossível imaginar a vida sem ele.

seis meses; tão pouco tempo, tão transformador.

14 de nov. de 2013

an ordinary afternoon.

autran estava dando uns gritos e deitei com ele na cama pra ver se ele dormia melhor.
o que aconteceu na hora seguinte, está aqui:
















4 de out. de 2013

autran's happy place.

algumas semanas depois que eu fiquei grávida, eu comprei um sling em uma loja virtual.
comprei um vermelho, cor que eu adoro, com um bolso listrado. charmosíssimo. alegre. não importava se era menino ou menina, eu carregaria meu caçulinha num sling vermelho.

muito manual de instruções, vídeos, estudo, testes com bonecas e saco de arroz. com mais ou menos 20 dias de vida, o autran e eu testamos o sling.
e foi um desastre.

não sei o que fazia de errado. as argolas desciam, o tecido embolava, o autran chorava loucamente.
todo dia eu tentava um pouquinho, até que em uma tentativa, ele ficou quietinho imediatamente após eu fazer os ajustes. agi normalmente e fui estender roupa. ele acabou dormindo. acordou, mamou no sling mesmo e dormiu de novo.
depois desse dia, ele passou a aceitar o sling muito bem.

sempre esperei muito o momento de sair na rua com ele penduradinho.
saí uma vez, mas era domingo, a rua deserta. e ele dormiu em menos de um quarteirão de caminhada.
em nenhuma outra saída cheguei a precisar por o sling.

de uns tempos pra cá, percebi que ele já não ficava tão tranquilo na clássica posição para recém-nascido. ele está com as perninhas cada vez mais fortes, as estica e dificulta muito o ajuste, a posição e acaba deixando tudo bem cagado.

bom, toda essa ladainha pra contar que hoje testei uma nova posição. sentadinho, de frente pro mundo. apesar dela ser indicada só pra depois do 3º mês, por aqui deu muito certo, pois o autran sustenta bem a cabeça desde o primeiro mês (SÉRIO).
eu, particularmente, adorei. é mais fácil de por, mais confortável, mais livre. o bebê vê o mundo, fica numa posição muito parecida com a que ficava dentro do útero - por mais que pareça horrível, eles curtem quando imitamos o ambiente uterino.
autran também aprovou. não chorou, nem se esticou, nem ficou resmungando. dormiu após algumas andadas pela casa.

aproveitei a empolgação e fui com a família pro supermercado.
era minha (nossa) primeira grande aparição em público naquele pano.
sempre li as meninas contando histórias sobre as reações das pessoas ao verem eles apertadinhos, quietinhos, pendurados naquela faixa que, pra quem nunca viu, parece perigosíssima.
era a minha vez de encarar aquilo. e olha... não é agradável. há pessoas que sequer disfarçam. olham fixamente, param do seu lado. há os ousados que comentam, que apontam.
uma senhora achou lindo, mas demonstrou verbalmente sua angústia daquilo ser desconfortável. minha resposta foi clássica: "se fosse, ele não tava quietinho assim".

já havia levado ele no colo naquele mesmo supermercado. não ficou 3 minutos na cadeirinha do carrinho de compras. no colo, ficou irritado e chorou. uma moça me sugeriu deitá-lo de bruço nos braços, pois "alivia as cólicas" (incrível que como pros outros todo choro do bebê é cólica... mas não, não é). em menos de 10 minutos, tive que ir pro carro dar peito para acalmá-lo. moisa e luana que terminaram as compras.
dessa vez, com o sling, nenhum choro, nenhum resmungo. bebê silencioso e atento no saquinho de carregar bebês.

ou como eu costumo dizer, o melhor lugar do mundo.

só falta as pessoas se acostumarem com isso.


no primeiro teste, ainda meio mal colocado.
e (eu) com roupa (cabelo, cara, etc) de ficar em casa

27 de set. de 2013

nossas melodias.

dias atrás recebi a visita de uma colega de trabalho do moisa.
autran estava em pleno salto de desenvolvimento. juntando um dia de soneca ruim e horário crítico. enfim, ele não tava aquele bebê lindo e encantador que costuma ser.
entre choros e resmungos, a visita perguntou a ele: "vamos cantar? que música sua mãe anda te ensinando?".

eu sorri. e só.
não ia contar a verdade.

me sinto meio ridícula cantando música de criança.
eu nem sei música de criança. nunca ensinei a luana a cantar "meu pintinho amarelinho". no entanto, achei a coisa mais linda do mundo quando ela voltou da escola um dia cantando a música da boneca de lata (eu não conhecia) naquele bebenês de 4 anos, cheio de errinhos de dicção (por exemplo, ao invés de falar "desamassa", ela falava "samassa" ÓUN).
ela tinha seus cds de músicas infantis, ouvia, dançava, etc.
mas eu não ensinei nada quando bebê. tampouco cantei pra ela na gravidez. sério, isso me deixa constrangida.

desde que decidi mudar minha forma de maternagem com o autran, eu vi o quanto é importante pro bebê ouvir a voz da mãe. lhe dá segurança, estímulo, acalma.
resolvi fazer um esforço.

durante o banho, eu canto sempre a mesma musiquinha pra ele. é relaxante até pra mim.
debaixo do chuveiro quentinho, pele com pele, ele encosta a cabecinha no meu peito e eu deixo a água cair nas suas costas e fico cantarolando. cansei de o ver dormir assim.
o lance é que é uma música de adulto. em inglês.
mas tem uma melodia linda:



quando estou com ele no sling, pela casa, e ele ainda se mantém inquieto, eu começo a cantar também sempre a mesma música. diferente da do banho. porque aquela é música de banho.
a música de sling tambem é de adulto. em inglês.
e também tem uma melodia de matar:



outro dia, o moisa estava fazendo ele dormir e o ouvi cantarolando uma terceira música, que pode muito bem virar a música de dormir.
de adulto.
em inglês.
melodia... *suspiro*



ou seja, não seria fácil explicar que estou ensinando uma música extremamente depressiva pro meu filho enquanto toma banho, outra sobre um crime passional enquanto o embalo no sling e, antes de dormir, ouve o pai cantando uma música que, inicialmente foi feita sobre abuso de drogas, mas que pode muito bem ser vista como a angústia de um homem em sua velhice.

não é qualquer um que entenderia.

19 de set. de 2013

sobrevivendo a 8º semana.

gostaria de ser aquelas mães dedicadas e fazer update de todos os marcos do filho e ir pondo no blog. mas eu sou avoada, sou cabeça de borboleta e sequer sei em que dia da semana estamos.
não é a toa que pus aquele adesivinho cafona da lilypie no meu blog. só assim eu saberei exatamente a idade do meu filho (a luana está mais fácil, muda uma vez por ano) sem ter que correr pro calendário.
ei, me dê créditos, estou sendo sincera aqui.

enfim, o autran já sorri quando vê um rosto humano.
tudo bem que às vezes ele sorri pro lustre, pro telefone, pra janela, mas quando vê um rosto familiar (eu, luana, moisa) ele sorri, imediatamente. acho que já posso dizer que nos reconhece.
maior gostosinho ver ele despertar, eu falar "bom dia, bebezão" e ele abrir um sorrisão. por segundos, chego a esquecer o cansaço da noite mal dormida.

ah, as noites mal dormidas...
há uns dias atrás tudo parecia estar entrando nos eixos. ele ia dormir sempre no mesmo horário, sem chororô, acordava duas vezes (ou até apenas uma) pra mamar, durante o dia era tranquilo, calmo, tolerava algum tempo deitado ou no carrinho, adorava contemplar seu móbile caseiro por lindos 15 minutos. até dava tempo de eu dar uma geral na casa, ler alguns textos ou descansar.
mas todo o conto de fadas desmorona quando chega o maldito salto de desenvolvimento.

veja, bebê crescem incrivelmente rápido em apenas um ano. tanto fisicamente quanto mentalmente. tem todo um texto lindo que eu poderia falar aqui, explicar tudo bem picadinho, dar referências e etc, mas o principal é: não é nada fácil pra eles.
salto de desenvolvimento é auto-explicativo. logo o bebê vai alcançar uma habilidade nova, como engatinhar, andar, bater palminha, se comunicar.
o autran ainda é novinho demais pra tudo isso, sua habilidade será sorrir mais, melhorar a visão, paladar e olfato, perceber que os pés e as mãos são dele e vai querer controlá-los. também vai experimentar a própria voz e vamos nos deliciar com os gritinhos e "agu", "bubu" e "gaga" que virão. vai ter consciência, vai preferir determinados sons e ambientes, vai começar a mostrar sua personalidade.

tudo isso na cabecinha de um bebê de 2 meses de vida extra-uterina.
é demais pra ele.
então ele fica confuso, angustiado com tanta mudança. e o que você faz quando fica confuso e angustiado? isso mesmo, chora. quer colo, quer afago, quer coisas que te tragam segurança.
e é isso que ele quer agora. só colo, peito, calor e cheiro de mãe.

por isso, os últimos dias tem sido a base de mamazinho de hora em hora, muito choro, muito resmungo, bebê bravo, cochilos curtos, muito colo, sono irregular.

agradeço a internet e todas as informações a respeito dessas fases difíceis. em outros tempos, eu estaria o enchendo de remédio pra cólica, desesperada com tantos extremos.
agora sei que a única coisa que posso fazer é ter paciência e repetir o mantra "VAI PASSAR".

sei que logo terei meu bebê querido de volta.

6 de set. de 2013

uma quarentena de autran.


nhac nhac nhac

parece que eu havia esquecido como era ter um bebê em casa. em algum momento, nesses 10 anos, minha mente bloqueou a parte em que eu deixava de ser eu e passava a ser dominada por uma coisinha que nem sabe que suas mãos são parte do seu corpo.

por isso, esse post será em tópicos, porque eu não tenho mais o luxo de me sentar na frente do pc e passar 2 horas escrevendo, relendo e editando um post de blog.

» há vários meses, moisa me deu um ipad de presente de dia das mães. segundo ele, seria muito útil nos primeiros meses com o autran, pra eu poder ler, ver seriados e navegar na internet enquanto cuido do bebê. e olha... MELHOR PRESENTE EVER! moisa e seu talento premonitório.

» a luana tem sido maravilhosa. apesar de estar naquela fase adolê, é bem compreensiva e prestativa. e o engraçado é que, antes, meu medo era que ela sentisse ciúmes da gente (eu e moisa) com o bebê. fato é que ela tem ciúmes sim, mas do bebê. o irmãozinho é dela, e ninguém tem que ficar de mimimi com ele não.

» o moisa tem sindo impecável. nem tenho palavras pra descrever o quanto ele tem sido minha parte racional nisso tudo. tem me mantido sã.

» autran adora ver a luana dançar, descobrimos ontem.

» amamentação exclusiva até o 6 meses, é o que faremos aqui. pra mim é tipo um sonho realizado, visto que não consegui amamentar a luana por muito tempo (longa história). foi doloroso no início, ainda tenho alguns percalços, mas a livre demanda (sem horários fixos, o bebê mama quando quiser) está indo muito bem. e, lá no fundo, sinto uma satisfaçãozinha em ser a única capaz de acalmar o autran em certos momentos.

» com pouco mais de 15 dias, autran já tomava banho no chuveiro. isso mesmo, chega de encher banheira, da banho correndo pro bebê não passar frio, esvazia banheira, etc, etc. ele sempre chorava muito e minhas costas andavam em frangalhos. um dia eu tirei a roupa e entrei com ele debaixo do chuveiro e foi o primeiro banho em que ele não chorou. esteve a ponto de dormir (chegou a dormir em alguns), de tão relaxado que ficou. daí pra frente tem sido assim. ele até faz carinha feliz quando entra no box comigo.

» desde que o autran nasceu eu saí na rua 7 vezes: pra um grupo de mães, pro pediatra, pro obstetra, pra viajar, pra ir ao mercado, prum churrasco e hoje, pra ir à padaria. ainda não enlouqueci.

» ainda está para ser descrito o sentimento que nos invade quando somos capazes de arrumar o cabelo e vestir uma roupa que não seja pijama enquanto estamos no puerpério.

» com o autran eu passei por um baby blues complicadinho. e com ele eu aprendi que: não há problema em pedir ajuda.

» autran está começando a gostar do sling, nossa primeira experiência ao ar livre foi no churrasco e ele dormiu umas lindas duas horas pendurado. dentro de casa ele parece não curtir muito.

» tenho feito testes com fraldas de pano e até agora tem sido meio desastrosas. mas é porque eu devo ajustar errado. vou continuar tentando, ele fica lindinho demais nas fraldas de pano modernas.

» no início, eu me sentia exausta e sentia que não ia aguentar a falta de estrutura, sono e referência que eram meus dias. hoje alguma coisa parece estar estabelecida, embora eu ainda não saiba bem o que. tenho a impressão que meu corpo está temporariamente habituado ao sono cortado e leve e não me sinto mais tão cansada, ainda que tenha que amamentar 3 ou 4 vezes pela noite.

» adoro não ter mais os pés inchados, adoro passar uma noite inteira sem ir ao banheiro, adoro não ter dor nas costas e pernas. porém, sinto saudades da minha barriga de grávida. acredito que ter usado as mesmas roupas de sempre durante a gravidez faz minha síndrome do útero vazio vir com toda força.

» durante os primeiros meses, estou fazendo cama compartilhada com o autran. apesar das críticas, acredito ser melhor pra mim e pra ele, pois eu preciso de descanso e ele precisa do meu calor e contato. no entanto sinto falta dos pés do moisa pra esquentar os meus.

» fotografá-lo: é o que eu poderia fazer o dia inteiro.