19 de jan. de 2013

o amor nos tempos do coléra I.

acabavam de celebrar as bodas de ouro matrimoniais, e não sabiam viver um instante sequer um sem o outro, ou sem pensar um no outro, e o sabiam cada vez menos à medida que recrudescia a velhice. nem ele nem ela podiam dizer se essa servidão recíproca se fundava no amor ou na comodidade, mas nunca se haviam feito a pergunta com a mão no peito, porque ambos tinham sempre preferido ignorar a resposta .(...) mas se alguma coisa tinham aprendido juntos era que a sabedoria nos chega quando já não serve para nada.

(gabriel garcía marquez)