24 de out. de 2013

but she's only 10 years old!

daqui menos de 4 horas (00h56min) luana estará partindo pra sua primeira viagem com a escola. vão a foz do iguaçu.
todos os 5º ano embarcarão em uns 3 ônibus, mais professores, coordenadores, diretor, etc pra conhecer a ~maravilha natural~ do nosso estado.

a luana está ansiosa pra essa viagem desde que o ano começou. na primeira reunião, a professora já explicou como seria a viagem, o porquê, o quanto é importante, como pagar em suaves prestações por 7 meses. todas as crianças vão, até a amiguinha da luana cuja a mãe não deixa ir brincar na casa dos outros.

e aquela coisa: coração de mãe na boca. quase escapulindo.
meu bebezão entrando num ônibus SOZINHA, indo pra foz do iguaçu SOZINHA, passeando pelo parque nacional SOZINHA, almoçando em restaurante SOZINHA, conhecendo itaipu, parque, marco das três fronteiras SOZINHA. é assim que eu vejo.
não importa se vai professor, psicólogo, coordenadora, diretor, secretária, cozinheira, faxineira, polícia militar e federal. minha filha estará sem mim e isso é perigosíssimo.
por mais que eu me esforce em "criar o filho pro mundo", ver ela batendo as asinhas é tão... desolador.

luana está uma típica pré-adolescente. passa o dia inteiro no computador, se deixar. vive com fome. vive com sono. vive entediada. vive com cara de "saco cheio". ainda demonstra algum entusiasmo quando a chamo pra fazer algo comigo, no entanto.
vejo alguns resquícios da luana-bebê: ainda tem aquele grude excepcional comigo, ainda quer bater papo enquanto eu estou no banheiro e/ou tomando banho, ainda quer sabe o que está passando no discovery kids, ainda me chama de "mami", ainda enrola o dedinho no cabelo pra dormir.
mas eles estão sumindo, pouco a pouco.

a cada dia, vejo a linda moça que ela está se tornando.
me animo em ver que ela continua doce e educada, me preocupo em ver que ela continua super tímida e introspectiva.
nunca me pensei sendo mãe de uma adolescente.
melhor eu começar a pensar.

e rápido.


última foto como filha única.

21 de out. de 2013

um dia falarei melhor sobre a alta demanda.

essa é minha última semana de licença maternidade.
já entrei em depressão só de imaginar o caos que se instalará na minha casa até o fim do ano letivo.
tem sido bem difícil assimilar tudo. eu não sou uma pessoa de fazer várias coisas ao mesmo tempo, eu não sei lidar com a pressão - muito menos a que eu coloco em mim mesma.
não estou nada otimista com o retorno à sala de aula. fico aflita pensando que meu único turno de "folga" (quando o moisa estava aqui pra me ajudar) eu estarei mergulhada em outras obrigações. obrigações estas que trarei pra casa, ocupando os resquícios de brechas que minha rotina de full time mom domina. e eu digo resquícios MESMO. o tempinho que sobra pra comer e fazer xixi sem um bebê clamando minha presença. sim, porque há os dias em que almoço em três garfadas enquanto ele chora do meu lado.

quem conheceu autran se encantou com a calma e simpatia dele.
ele realmente é um bebê ótimo, risonho, comunicativo. não estranha colo, nem pessoas, nem ambientes. sua vida social acontece desde que ele tem 7 dias de vida. jamais poderia classificá-lo como um "bebê difícil".
mas ele é.
desconfio seriamente que autran é o que chamam de bebê high need. não é doença, não tem diagnóstico clínico. é um traço de sua personalidade e a gente descobre isso apenas observando. tem cura? não. o que fazer então? amar, como se faz com qualquer outro filho.

por isso andei pesquisando sobre como é viver com um bebê enérgico, exigente e drenador.
eles precisam ser atendidos, compreendidos e servidos de forma devida, como merecem e como pedem. não é culpa deles. nem nossa. seus sistemas, seus corpos pedem mais. e temos que dar mais. não atendê-los seria como dar nada àqueles que pedem pouco.
a única coisa que diferencia o autran de outros bebês high need que vi em vários depoimentos é o padrão de sono noturno. autran dorme bem à noite. desde que completou 2 meses, raramente acorda de madrugada. ele desmaia perto da meia-noite e só acorda por volta da 7 ou 8 da manhã. no entanto, ele só dorme sendo embalado, enquanto mama.
e TODAS as sonecas efetivas (que duram mais que 10 minutos) durante o dia são no colo.

diante desse panorama, não tem como manter a calma e pensar que tudo será tranquilo.
meu único foco agora é manter meu bebê alimentado, limpo e não-chorando. só com isso eu já fico esgotada quando ele dorme pra valer (o que me impossibilita fazer algo de madrugada que não seja dormir). há dias em que me sinto fraca. eu, desse tamanho todo, comendo igual um pedreiro, me sinto fraca.

nesse ritmo, não tive tempo para sentar e escrever textos que já estão prontos na minha cabeça sobre umas reportagens duvidosas de cama compartilhada, sobre o quarto do autran, sobre as atividades montessorianas que iniciei, sobre uma calça que estampei usando a técnica de stencil, sobre suas novas descobertas, sobre as alegrias, sobre o desespero dos saltos e picos de crescimento.
não há tempo, não há disposição.

imagine quando eu tiver outras obrigações de verdade.
nada animador.

4 de out. de 2013

autran's happy place.

algumas semanas depois que eu fiquei grávida, eu comprei um sling em uma loja virtual.
comprei um vermelho, cor que eu adoro, com um bolso listrado. charmosíssimo. alegre. não importava se era menino ou menina, eu carregaria meu caçulinha num sling vermelho.

muito manual de instruções, vídeos, estudo, testes com bonecas e saco de arroz. com mais ou menos 20 dias de vida, o autran e eu testamos o sling.
e foi um desastre.

não sei o que fazia de errado. as argolas desciam, o tecido embolava, o autran chorava loucamente.
todo dia eu tentava um pouquinho, até que em uma tentativa, ele ficou quietinho imediatamente após eu fazer os ajustes. agi normalmente e fui estender roupa. ele acabou dormindo. acordou, mamou no sling mesmo e dormiu de novo.
depois desse dia, ele passou a aceitar o sling muito bem.

sempre esperei muito o momento de sair na rua com ele penduradinho.
saí uma vez, mas era domingo, a rua deserta. e ele dormiu em menos de um quarteirão de caminhada.
em nenhuma outra saída cheguei a precisar por o sling.

de uns tempos pra cá, percebi que ele já não ficava tão tranquilo na clássica posição para recém-nascido. ele está com as perninhas cada vez mais fortes, as estica e dificulta muito o ajuste, a posição e acaba deixando tudo bem cagado.

bom, toda essa ladainha pra contar que hoje testei uma nova posição. sentadinho, de frente pro mundo. apesar dela ser indicada só pra depois do 3º mês, por aqui deu muito certo, pois o autran sustenta bem a cabeça desde o primeiro mês (SÉRIO).
eu, particularmente, adorei. é mais fácil de por, mais confortável, mais livre. o bebê vê o mundo, fica numa posição muito parecida com a que ficava dentro do útero - por mais que pareça horrível, eles curtem quando imitamos o ambiente uterino.
autran também aprovou. não chorou, nem se esticou, nem ficou resmungando. dormiu após algumas andadas pela casa.

aproveitei a empolgação e fui com a família pro supermercado.
era minha (nossa) primeira grande aparição em público naquele pano.
sempre li as meninas contando histórias sobre as reações das pessoas ao verem eles apertadinhos, quietinhos, pendurados naquela faixa que, pra quem nunca viu, parece perigosíssima.
era a minha vez de encarar aquilo. e olha... não é agradável. há pessoas que sequer disfarçam. olham fixamente, param do seu lado. há os ousados que comentam, que apontam.
uma senhora achou lindo, mas demonstrou verbalmente sua angústia daquilo ser desconfortável. minha resposta foi clássica: "se fosse, ele não tava quietinho assim".

já havia levado ele no colo naquele mesmo supermercado. não ficou 3 minutos na cadeirinha do carrinho de compras. no colo, ficou irritado e chorou. uma moça me sugeriu deitá-lo de bruço nos braços, pois "alivia as cólicas" (incrível que como pros outros todo choro do bebê é cólica... mas não, não é). em menos de 10 minutos, tive que ir pro carro dar peito para acalmá-lo. moisa e luana que terminaram as compras.
dessa vez, com o sling, nenhum choro, nenhum resmungo. bebê silencioso e atento no saquinho de carregar bebês.

ou como eu costumo dizer, o melhor lugar do mundo.

só falta as pessoas se acostumarem com isso.


no primeiro teste, ainda meio mal colocado.
e (eu) com roupa (cabelo, cara, etc) de ficar em casa